Distrair-se
Este é o mecanismo sabotador que mais oferece conforto a quem não sabe como atingir o topo da montanha. Ele desvia a atenção de seu objetivo, colocando em seu lugar um mundo imaginário, que pode estar no futuro, no passado ou mesmo em lugar nenhum. Certas pessoas vivem em constante devaneio, criando experiências fantásticas no plano da imaginação, onde não há a menor possibilidade de frustração. Elas utilizam excessivamente sua capacidade de fantasiar. Procuram um mundo maravilhoso, onde possam ter o controle de tudo, e onde não existam as dificuldades do dia a dia. Quem ainda não ouviu uma observação do tipo: “Ah! Como seria bom ser aeromoça em vez de secretária. Sempre uma viagem nova, um país diferente, hotéis confortáveis, sem compromissos”. Em fantasias desse tipo, não existem os passageiros chatos, as repetitivas tarefas de bordo, as escalas, o distanciamento do convívio com as pessoas amadas, os pousos de emergência. Quem se acostuma a usar a fantasia para extinguir frustrações torna-se, cada vez mais, vítima do mal que quer suprimir, porque a cada “descida das nuvens” o peso da realidade parece vir em dobro... Para vencer as distrações só há um remédio: concentração. É preciso agir como o jogador que entra em campo para disputar uma final. Para ele não há insultos da torcida adversária ou companheiros inseguros; ele parece hipnotizado, tamanha sua concentração. Para esse jogador só existe um objetivo: ser campeão...
“ (texto de Roberto Shinyashiki extraído do livro "Sem Medo de Vencer")
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